segunda-feira, 27 de junho de 2011

Felizes para sempre.


Assistindo pela milésima vez um filme que acho cute, chamado The Holiday, mas traduzido para "O amor não tira férias", refleti sobre uma pergunta que muitas vezes já me fizeram.


"Como tu tens tanta certeza de que encontraste o homem certo?"


Por que pensei nisso durante o filme? O filme trata de duas mulheres frustradas em suas relações, que trocam de casa, em países diferentes, e encontram suas paixões uma no país da outra. OK, por que será que elas tiveram que ir tão longe pra encontrar alguém?




Eu particularmente não acredito na PESSOA certa, acredito na RELAÇÃO certa. É claro que a gente ama a pessoa que está do nosso lado, suas qualidades, alguns defeitos que são engraçadinhos, suas peculiaridades. Mas não somos capazes de amar apenas AQUELAS qualidades. Se eu amo alguém que faz meu coração disparar e minha barriga doer de tanto rir de suas brincadeiras, não significa que eu não seria capaz de amar alguém que levasse a vida mais a sério, que fosse tão bom e tão puro que não conseguisse entender minhas piadas sarcásticas e irônicas, tampouco me acompanhar nelas.
O que acontece é que eu escolho o tipo de relação que eu quero ter. Amor não é tudo, não é não. "Eu te amo, mas isso não é suficiente" é uma frase doída de se dizer, mas é verdade.

Nós somos felizes quando amamos alguém que adoramos passar o tempo, que no s orgulha, que nos dá prazer de apresenta-lo aos amigos. Qualquer coisa menos que isso já não nos satisfaz. Eu conheci alguém, e amei. Mas isso não foi suficiente, nunca é. E então eu lutei. Nós nos esforçamos e fomos construindo uma ponte, não um muro que escondesse nossos defeitos e nossas diferenças, mas uma ponte que nos permitiu atravessar todos os medos e incertezas. Porque sempre existe medo, e nunca temos certeza de nada. Como eu sei que eu encontrei a pessoa certa? Eu decidi que faria desta pessoa, a certa. E tive a sorte dele ter tomado a mesma decisão. A gente se ama. Sempre se amou. Mas se não tivéssemos lutado um pelo outro, não seria suficiente. E o medo? Sempre vai existir. Aí eu pergunto: se é pra sentir medo, melhor sentir sozinha? Ou muito bem acompanhada?

E por que as personagens do filme viajaram não só para outro país, mas para outro continente? Porque é difícil admitir que o erro é nosso. Mais fácil procurar fora da gente. Mais fácil procurar lá longe. E vamos achar, sempre vamos achar alguém para amar. Quanto mais longe, mais fácil de mentir pra si mesmo e dizer POR ISSO que não deu certo até agora, eu estava procurando no lugar errado. Mas não precisamos arredar o pé de casa pra começar a achar razões para fazer o amor durar, para fazer o amor vencer, pra transformar a relação em tudo que ela pode ser. Na verdade tudo se trata de uma mudança interior. Parar de criar expectativas sobre o outro, e criar sobre si mesmo. E se mesmo assim não der certo, que posso eu perder sabendo que tudo que fiz foi pra ganhar e melhorar??

2 comentários:

Josi Puchalski disse...

Só a Janis pra postar assim, tão delicado, tão puro, tão vivo.


;-)

Luciane disse...

totalmente meu momento!!!
Marvilhoso! Parabéns pelas palavras